terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Tudo o que eu queria te dizer

Me querer. Por que tão difícil e por que tão cruel? Não, o não querer não é, de verdade, o que mata. O que dói, sangra por dentro é o não porque. Porque, na realidade, teu silêncio foi a causa das inúmeras noites insones, dos pesadelos com os olhos abertos. Porque o não porque nunca vindo de você é o que faz e sempre fez minha cabeça girar, confusa, independente de eu estar na casa dos 6 ou na casa dos 19 anos. Porque não importa a vida que eu leve, não importa que seja a milésima vez que eu tenha prometido nunca mais falar ou escrever sobre você, não importa mesmo, você continua sendo a pedra no sapato, o espinho no coração, a ferida que não cicatriza. Mas, afinal, como tirar da minha cabeça alguém que tem o mesmo sangue que corre nas minhas veias? Você sou eu, entende? Mesmo que eu não seja você. Ah, não sou. Porque se eu fosse você eu teria me dado um porquê. Sabe por quê? Porque deixar alguém viver com o peso do não saber é desumano. E eu sou bem humana, carne, osso e alma. Mas você nunca entendeu. Pra você tudo é questão de um plano que não deu certo. Pra você eu sempre fui um ser que não deveria ter entrado na sua vida. Talvez esse seja o tal porquê. Talvez a resposta das minhas inúmeras perguntas estivesse o tempo todo aqui e eu não vi. Eu sou o porquê, não sou? Talvez seja por isso que você nunca teve a coragem de dizer cara a cara, olho no olho, que nunca quis que eu estivesse nesse mundo. Como dizer a alguém que esse próprio alguém é o porquê de tudo? Mas a dúvida me mata. Me sangra. Dói fundo como nada me dói nesse mundo. Mas quer saber? Eu vivo. Sobrevivo. E, com a mesma boca que eu digo que você me dói, digo também que você não é necessário. A vida me ensinou a viver sem você enquanto eu assisto de longe a você vivendo sem mim.

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